sexta-feira, 12 de março de 2010

Hoje tive um dia daqueles

Ora viva!
Como o titulo indica, o meu dia de hoje foi tudo menos normal! Vou entao passar a descrever os acontecimentos do dia de hoje que soam um bocado comicos, na esperanca que entretenha os meus compinchas que se encontram a trabalhar ao final duma sexta-feira (este relogio marca agora 21:08 portanto deverao ser umas 15:30 por ai).

Tinhamos decidido que hoje iamos dar uma passeata de mota ate Velha Goa ver a catedral e a basilica, patrimonio mundial da UNESCO, e mais umas igrejas, aproveitando tambem para dar uma espreitadela em Panjim que e a capital do estado de Goa e que me deixou a impressao de ser uma Lisboa dos anos 50-60 da primeira vez que a visitei.

De manha as coisas correram +- normalmente para um sitio como a India. Tivemos de enxotar milhares de vendedores ambulantes monhes, comer num restaurante onde nos serviram arroz com formigas mortas, pedir outro arroz e este novo trazer agora formigas vivas e pagar 5euros por um almoco para tres pessoas. Pudemos tambem apreciar a beleza da herdade indiana deixada pelos portugueses e que remonta a alguns seculos atras e trocar impressoes com certos goeses que falavam um portugues quase decente. Houve ate um indiano a quem eu perguntei "De onde es?" que me respondeu "Eu sou portugues!" num tom muito convicto.

Saimos depois ate Panjim. La chegados, decidimos parar outra vez e comer um gelado no parque. Fomos aos monhes dos gelados que nos mostraram o placard dos gelados com os precos riscados. Perguntamos-lhe pelos precos e ele disse que nos dizia quanto era conforme escolhessemos. Como ja sabiamos +- o que os gelados custavam, pedimos tres gelados e pagamos 50 rupias, que achavamos que era o preco dos gelados. Depois eles pediram quase o dobro (90) e nos dissemos que nao pagavamos e bazamos. Dois deles vieram atras de nos a pedirem-nos dinheiro e a dizerem que chamavam a policia e nos ignoramos ate que ha um que agarra num pau para nos bater. Claro que nao houve qualquer problema, ele nunca nos iria bater pois mais tarde, se a policia recebesse um branco na esquadra que tivesse sido atacado na rua, haveria mais um indiano na prisao. Cresci para ele, ficaram com 65 rupias, e eventualmente ficou por ali.

Voltavamos depois para Arambol no meio dum transito marginal (em ambos os sentidos, marginal por irmos ao longo do rio Mandovi e marginal por ir contra muitas regras do transito em Portugal) em Panjim. Pouco depois duma localidade chamada Mapuca eu fui em frente numa estrada, quando devia ter cortado para Siolim. O not e a pig iam mais atras, nao me viram e seguiram no caminho certo. Pouco depois daquela curva comecei a achar o cenario a minha volta nao muito familiar ate que alguns quilometros mais a frente assumi para mim mesmo que estava, de facto, perdido. Quando na altura fiz o ponto da situacao, conclui que em pleno crepusculo restavam-me umas gotas de gasolina na mota que deviam dar, pelos meus calculos, para mais 10 Km e que os unicos objectos que tinha comigo eram a minha roupa, o capacete, uma garrafa de agua vazia e um guia turistico que incluia um mapa de Goa e que eu tinha comprado em Velha Goa por so custar 1 euro e porque me apetecia comprar qualquer coisa que fosse. A minha carteira com umas 9000 e tal rupias, cerca de 150 euros, estava na mochila do not, que tinha seguido o caminho certo. Claro, andar com mais de 100 euros na carteira nao e de gente esperta, mas esse assunto ja foi tratado e na altura tinha mais com que me preocupar.
Quando consegui associar o nome duma localidade a um sitio no mapa, ja estava um pouco afastado da rota, mas ainda havia outro caminho (que para ser feito requer que se chegue quase a fronteira Norte de Goa). Andei algum tempo incerto do que o que estava a fazer ate que, muito la ao fundo encontrei uma placa para o sitio onde queria ir. Perguntei a um local qual a estrada que devia tomar, pelo que esse bom senhor me propos que eu o levasse a casa e ele indicaria-me depois o caminho. Aceitei a proposta e depois de o ter deixado a porta de casa, ocorreu-me pedir-lhe 50 rupias, que tinha quase a certeza que nao iria receber, em troca do tal guia. Depois de um teatro indescritivel (la para o meio, o senhor indagava "Why you sell this to me?"), ele notou que eu estava algo aflito e quis dar-me 50 rupias, mas quando tirou o dinheiro do bolso, so me pode dar 25 rupias porque nao tinha mais ("You pay back later, ok, ok.."). Ja de noite cerrada, voltei uns quilometros para tras para meter meio litro de gasolina, que dariam para mais uns 10 quilometros. Fui tambem informado que estava a 15 quilometros de Arambol. Mas dai correu tudo bem, foi seguir sempre em frente a estrada que o homem me tinha indicado e depois de algum tempo (com o desnorte, ainda consegui perder-me em Arambol) estava em Arambol para ser recebido com um grande alivio pelo not, pig e o Ferenc, jovem hungaro de 60 e muitos anos que e o meu tutor de xadrez e o do not.

Depois disto tudo, estou a ponderar passar o fim de noite na companhia da nossa amiga Manu para a por a par da situacao, enquanto ao mesmo tempo lhe cravo mais cafe portugues delicioso e bolachas de coco ate nao poder mais :D Bom, esta ultima parte ainda vamos a ver, mas de qualquer das formas, esta e a descricao do que um dia na India se pode tornar. Espero que tenham gostado!

Da minha parte, resta-me dizer que estou consciente que falta uma semana para dizer definitivamente "Namaste!" e que estou morto de saudades do meu papa, mama, Jani e do resto da malta em Portugal. Mas antes do regresso, ha efectivamente ainda uma semana para curtir aqui, a comecar por voltar amanha a Pernem para resolver a minha divida!

Acho que nao me esqueco de nada.
Abraco meu, cita, do not e da pigzor

2 comentários:

  1. nem tenho escrito nada porque a inveja é enorme, e tenho medo de dizer cenas q n deva :P o pessoal aqui tb ja tem saudades :]

    enjoy ur last week in paradise :D

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  2. olha filhote
    nao venhas s/ pagar a divida ,
    mami

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